O terremoto que
devastou regiões inteiras da Turquia e da Síria, abrindo uma fenda de mais de
300 quilômetros e deixando um saldo de mais de 25.000 mortos, é uma tragédia
que deve nos motivar a refletir sobre a precariedade da vida humana e da ação
de Deus na história. Com efeito, a fé
católica, e também a reflexão racional, diz-nos que Deus existe e que nada
escapa à sua vontade. Tudo tem um sentido, um significado.
Lembro das
polêmicas que surgiram quando, falando sobre o tsunami no Japão em 2011, e mais
recentemente sobre a pandemia de covid, lembrei que Deus castiga. Ele reuniu
essas intervenções em um livro intitulado Dio castiga il mondo (Deus castiga o mundo). Nessas páginas
coloco o problema fundamental: Deus não é indiferente ao mal que os homens
cometem. O mal cometido individualmente pelas pessoas, se não se arrependerem
antes de morrer, é punido na eternidade. E o mal cometido pelos povos e nações
é punido na história, porque os povos e nações não têm eternidade. Deus usa
seus próprios homens para punir os pecados coletivos dos homens, e o faz por
meio de guerras e revoluções; mas também se aplica à natureza, que parece se
rebelar contra o homem que se rebela contra Deus.