Recentemente, o Bispo Schneider descreveu a situação da Igreja como um inquietante estado de ocupação, evocando assim o título da magnífica obra de Jacques Plocard d'Assac, "A Igreja Ocupada". Num paralelo eloquente e chocante, ele nos faz imaginar como o inimigo invasor entra em uma nação para engolir, digerir e usurpar suas estruturas e edifícios legais.
Na verdade, não há metáfora que nos permita ilustrar com
mais eloquência aquilo que, há mais de meio século, nos acompanha como uma
sombra implacável; e precisamente da relutância em compreender tal situação,
surge uma miríade de desorientações, lutas estéreis, silêncios sepulcrais e
concepções vilmente pervertidas do sagrado princípio da obediência.
Não pretendo aqui captar o que foi minuciosamente
documentado em diversas ocasiões; Refiro-me ao modernismo, essa heresia
insidiosa que, muito antes do Concílio Vaticano II, estava a minar e a
infiltrar-se na estrutura eclesial com a habilidade dissimulada e sinuosa do
óleo que se esgueira pelas mais remotas fendas. Foi no Concílio Vaticano II que
esse processo culminou, onde finalmente irrompeu com força total, dando lugar
ao triunfo indiscutível daquela invasão silenciosa das sombras.
Deste ataque inesperado, repentino e sem preâmbulo, a
primeira coisa que fez foi metamorfosear com ímpeto os rituais sagrados da
Igreja, consciente de que a doutrina que se acredita é a doutrina que se reza -
lex credendi, lex orandi -,
valendo-se assim do seu novus ordo misae
como um formidável aríete, para desmantelar com veemência e precisão a fé no
Sacrifício Eucarístico.