Pastores protestantes Georges, Jasper, Sephard, Konneth, Smith, e Thurian com o Papa Paulo VI.
Passemos agora em revista em termos gerais as principais
inovações filo-protestantes introduzidas na Missa de Paulo VI, tanto na
arquitetura litúrgica como no próprio rito.
Naturalmente, trataremos apenas daqueles que são mais
fáceis de serem observados pelos próprios fiéis, para que todos possam ter uma
ideia clara da falta de acordo entre o novo rito e o tradicional.
Mudanças
arquitetônicas nos templos
1)
Eliminação sistemática das grades que separavam os fiéis do espaço sagrado do
presbitério. Este último, reservado aos sacerdotes e outros ministros sagrados,
é agora acessível a todos. Consequência: o conceito de lugar sagrado
desapareceu, o sacerdote foi dessacralizado e o clero é progressivamente
equiparado, na prática, aos leigos.
2) No
altar é celebrado de frente para o povo. O sacerdote já não se volta para Deus
para oferecer o Santo Sacrifício em favor dos fiéis, mas olha para as pessoas
que participam numa simples reunião para rezar.
3) O
altar quase sempre é desenhado em forma de mesa, como um móvel feito para
comer. A Missa deixa de ser o Sacrifício expiatório e passa a ser uma espécie
de jantar fraterno. Na realidade, enquanto o altar sugere um sacrifício
oferecido a Deus, a mesa dá a ideia de uma refeição normal no contexto de uma
simples comemoração. Por isso, nos templos protestantes utiliza-se uma mesa,
quando existe, nunca um altar.
4)
Segundo as novas rubricas da Missa de Paulo VI, ele não precisa ocupar posição
central no presbitério. Disposições recentes, como as da Conferência Episcopal
Italiana, aperfeiçoaram o funcionamento, prevendo a transferência gradual para
uma capela lateral para esse fim. É para não irritar os protestantes; Assim, a
Presença permanente de Nosso Senhor Jesus Cristo no Sacrário não será mais um
obstáculo ao caminho ecumênico irreversível.
5) No
centro do presbitério, e geralmente no local onde ficava o Tabernáculo, fica a
cadeira do sacerdote celebrante. O homem ocupa o lugar de Deus e a Missa
transforma-se num simples encontro fraterno da assembleia com o seu presidente,
ou seja, o antigo sacerdote, cuja função foi reduzida à de simples encenador ou
animador litúrgico da nova Igreja conciliar antropocêntrica.
Neste ambiente festivo introduz-se, com a aprovação
entusiástica dos bispos, a onda pop de grupos de música paroquial mais ou menos
juvenil, pretendendo criar um ambiente com ritmos de dança diversos (em muitas
eucaristias conciliares as pessoas já dançam para todos os efeitos).
Alterações
dogmático-litúrgicas no rito da Missa
1) Foram
eliminadas as orações ao pé do altar no início da Missa, ao final da qual o
sacerdote se reconhecia indigno de entrar no Santo dos Santos para oferecer o
Santo Sacrifício e invocava a intercessão dos santos para purificar-se de todo
pecado.
Em vez disso, na nova missa antropocêntrica, o presidente
da assembleia faz um discurso de boas-vindas, um prelúdio à criatividade
litúrgica mais ou menos anárquica à qual dará livre curso.
2) Elimina-se
o segundo Confiteor (o primeiro era rezado apenas pelo celebrante e o segundo
pelas pessoas de baixo), que estabelecia uma distinção entre o padre e os
paroquianos, que se dirigiam a ele como pater, pai.
Na nova Missa, em que o “eu pecador” é rezado apenas uma
vez por todos juntos, o sacerdote não é mais o pai dos fiéis, mas sim outro
irmão em igualdade de condições. Democrática e protestante, está afogada – nem
mais nem menos – na corrente “Confesso a Deus Todo-Poderoso e a vocês,
irmãos…”. Agora somos todos irmãos.
3) As
leituras bíblicas também podem ser feitas (e quase se poderia dizer que é
sempre assim) por simples leigos, tanto homens como mulheres.
Tudo isto contraria o mandato (que remonta aos primeiros
séculos da Igreja) que reservava tal função aos titulares de ordens sagradas,
de leitor para cima. O leitorado era justamente uma das ordens menores, através
da qual ele acessava o diaconado. Os protestantes não têm clero, mas meros
ministros e ministérios (por isso a reforma de Paulo VI eliminou as ordens
clericais menores, instituindo em seu lugar... ministérios: leitorado e
acólito). Agora qualquer pessoa, independentemente do sexo, tem acesso ao
púlpito.
4) No
ofertório da Missa anterior, o sacerdote ofereceu Cristo como Vítima ao Pai como
propiciação e expiação pelos pecados com palavras que não deixavam espaço para
ambiguidades: «Recebe, santo Padre, esta
Hóstia imaculada, que eu, servo indigno teu , ofereço-te […] pelos meus
inúmeros pecados […] e também por todos os cristãos fiéis, vivos ou falecidos
[…] para que beneficie a mim e a eles para a salvação e a vida eterna.>>
Ao enfatizar tão abertamente o aspecto propiciatório da
culpa e o aspecto expiatório da punição na Missa, os protestantes ficaram
descontentes. A tal ponto que Lutero suprimiu precisamente as orações do
Ofertório da Missa.
Atualmente, no Ofertório da Missa nova de Paulo VI, o
presidente da assembleia, anteriormente denominado sacerdote, limita-se a
oferecer pão e vinho para que se tornem pão de vida indeterminado e bebida de
salvação um tanto vaga. A própria ideia de sacrifício propiciatório e
expiatório está totalmente excluída.
5) Na
Missa de Paulo VI o Cânon Romano foi certamente mantido para salvar as
aparências, mas mutilado. Naturalmente, foram acrescentadas três novas orações
eucarísticas mais atualizadas (II, III e IV), com o claro propósito de
suplantá-la gradualmente, fruto da colaboração de seis especialistas
protestantes, nas quais, para que nos entendamos, o presidente da assembleia dá graças a Deus “te agradecemos porque nos tornas dignos de
te servir na tua presença” (oração II), misturando assim a sua missão com a
dos simples fiéis num único sacerdócio comum de sabor luterano. Ou pior ainda,
dirige-se a Deus louvando-o porque, diz ele, “reúnes o teu povo sem deixar de oferecer [...] um sacrifício
irrepreensível desde o nascer até ao pôr do sol” (oração III) em que o
povo, e não só o sacerdote, parece ter se tornado um fator determinante para
que a consagração acontecesse.
Na segunda fase do plano de protestantização, outras quatro
orações eucarísticas que vão ainda mais longe foram incluídas no missal de
Paulo VI.
Na verdade, afirma-se mesmo que somos “convidados à Ceia do
Senhor” (conceito e terminologia inteiramente protestantes), enquanto o
sacerdote-presidente conciliar já não pede que o pão e o vinho se tornem Corpo
e Sangue de Cristo (como ainda era feito nas orações II, III e IV), mas
simplesmente que Ele as faça “para nós o
Corpo e o Sangue de Jesus Cristo Nosso Senhor”. Não
há mais Transubstanciação ou Sacrifício expiatório e propiciatório. Sem isso,
nem é preciso dizer, não há mais missa.
Obs: Aqui o blog Roma de Sempre não está em acordo com a afirmação
destacada com fonte vermelha. Evidentemente a Missa Nova de Paulo VI é um rito
falso, humanista, elaborado em comunhão com inimigos da Igreja para destruir a noção
de sacrifício, porém, a matéria e forma, ou seja, pão e vinho (matéria) e as
palavras da consagração “Tomai, todos, e comei:
isto é o meu Corpo que será entregue por vós...”foram mantidas,
assim sendo, não dá para afirmar em absoluto que não houve transubstanciação e
que não houve missa.
O sacrifício de que fala a seguir na mesma oração
eucarística deve ser entendido, portanto, como um mero sacrifício de louvor,
algo que Lutero e seus seguidores ainda aceitaram, que por outro lado
rejeitaram qualquer ideia de sacrifício expiatório e propiciatório.
6) No
novo rito de Paulo VI, os dois pontos que precediam as palavras da Consagração
desapareceram de todas as orações eucarísticas (incluindo a primeira). No
antigo Missal Romano, estes pontos obrigavam o sacerdote a interromper a
simples comemoração da Última Ceia para começar a agir, ou seja, a renovar o
Santo Sacrifício de forma incruenta mas real.
O sacerdote-presidente conciliar encontra agora uma vírgula
que acabará por levá-lo, psicológica e logicamente, a continuar a limitar-se à
evocação, com a qual pronunciará a fórmula da Consagração com uma intenção
puramente comemorativa (nem mais nem menos como em a Santa Ceia dos
Protestantes).
7) Foi
suprimida a genuflexão que o sacerdote fazia imediatamente após a consagração
de cada uma das duas espécies. Ao se ajoelhar, ele expressou sua fé de que a
Transubstanciação havia ocorrido através das palavras que acabara de dizer.
Isto era totalmente inaceitável para os protestantes, que, como se sabe, negam
o sacerdócio conferido pelo sacramento da Ordem, juntamente com os poderes
espirituais que ele acarreta.
Agora, pelo contrário, na nova Missa de Paulo VI o
presidente da assembleia ajoelha-se apenas uma vez, e não o faz imediatamente
após a consagração, mas depois de ter elevado as duas espécies para mostrar aos
fiéis algo que é plenamente aceitável para os protestantes, para quem Cristo
está presente (sem a menor transubstanciação) à mesa da Santa Ceia graças
exclusivamente à fé da assembleia.
É evidente que, não nos cansaremos de repetir, o novo rito
dos conciliares satisfaz pelo menos em parte as exigências dos irmãos
separados.
8) A
aclamação dos fiéis no final da Consagração, embora retirada do Novo
Testamento, é naquele momento totalmente inadequada e enganosa: introduz ainda
outro elemento de ambiguidade ao apresentar um povo “enquanto aguardamos a sua
vinda gloriosa”, quando o Senhor estiver verdadeiramente presente no altar como
Vítima do Sacrifício expiatório e propiciatório que acaba de ser renovado.
Tal como as outras modificações e alterações, isto torna-se
mais evidente no contexto geral de todas as outras mudanças.
9) No
antigo Rito Romano, na hora da Comunhão os fiéis ajoelhavam-se repetindo
humildemente como o Centurião: “Senhor,
não sou digno de que entres em minha casa, mas uma palavra tua bastará para me
curar”. Esta frase expressava claramente a fé na Presença Real do Senhor
nas espécies sagradas.
Pelo contrário, na Missa de Paulo VI, os fiéis limitam-se a
dizer: “Não sou digno de participar da
tua mesa” [na versão italiana da
Missa Novus Ordo, N. del T.], com uma expressão perfeitamente vago
aceitável em ambientes protestantes.
10) Na
missa romana antiga era obrigatório receber a Eucaristia de joelhos, na língua
e tomando todos os cuidados para evitar que fragmentos caíssem no chão (com
recurso a uma bandeja).
Por outro lado, na Missa de Paulo VI, graças às táticas
modernistas furtivas, a mera possibilidade de a Comunhão poder ser tomada de pé
começou a ser admitida ad experimentum.
Não demorou muito para que receber a Comunhão se tornasse nada menos que
obrigatório. Mais tarde, através das diversas conferências episcopais, foi
introduzido o costume de recebê-lo na mão, propagandeado com entusiasmo por um
clero conciliar que havia perdido a fé e era totalmente indiferente aos
inevitáveis sacrilégios, voluntários ou não, a que são submetidos naquelas
circunstâncias o Corpo de Cristo. Com a pandemia de 2020, a Comunhão na mão
acabou sendo praticamente obrigatória em todos os lugares.
11) A
distribuição da Sagrada Eucaristia não está mais reservada ao sacerdote ou ao
diácono, como estava estabelecido desde o tempo dos Apóstolos; Com a
autorização do Bispo, as religiosas e até os simples leigos passam a gozar dos
mesmos poderes.
Conclusão
Recordemos finalmente a grave advertência feita pelo grande
estudioso da Sagrada Liturgia, Dom Prospero Guéranger: «O que distingue sobretudo a heresia antilitúrgica é o ódio à Tradição
nas fórmulas do culto divino. Todo sectário que deseja introduzir uma nova
doutrina encontra-se inevitavelmente na presença da Liturgia, que é a Tradição
no seu mais alto nível, e não se acalma até silenciar aquela voz e arrancar
aquelas páginas que sintetizam a Fé dos séculos passados.>>
Fonte:
adelante la fé - El breve examen
crítico de la nueva Misa de Pablo VI
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